Crônicas de Rokugan – A Batalha da Floresta (parte I)

2 de janeiro de 2012 1 comentários
A partir desse mês (janeiro de 2012) eu irei publicar diversos textos que escrevi, alguns que já saíram em outros blogs, enquanto outros ainda "inéditos". Então podem apostar que teremos, pelo menos, duas publicações mensais sobre os mais variados temas.
Então vamos ao primeiro texto!

 "Publicado no blog World RPG Fest, no dia 04/05/2010"

“A morte ecoa pela floresta e nós sabemos o que nos cerca. E eles logo nos alcançarão. Será uma pena não podermos ver o amanhecer novamente.”

Estas foram algumas palavras pronunciadas, quase como um sussurro, pelo senhor Hida Yuo, samurai de elite, pertencente ao clã Caranguejo, dotado de alto poder militar, e que, atualmente, era a maior patente naquele pequeno e seleto grupo de sobreviventes, algo em torno de 32 samurais, que se mantinham em fuga durante os últimos três dias, mas essa noite a batalha contra o inimigo era inevitável.

A batalha que antecedera o dia de hoje havia sido a mais cruel e sangrenta das últimas décadas, pois o batalhão do Clã Caranguejo, um dos maiores e mais poderosos de Rokugan, havia sido dizimado pela excelente estratégia de seus inimigos e foram reduzidos a praticamente nada. O pior era a sensação de não ter escapatória, pois sua rota de fuga era o caminho dos inimigos e eles sabiam que hora ou outra iriam encontrar-se e a batalha, provavelmente, mataria a todos eles.


A noite segue e eles permanecem a caminhar. Três dias e três noites de caminhada incessante. Todos estão visivelmente abatidos e cansados, os inimigos continuam a se aproximar. A cada instante ouvem o rufar de tambores e os toques de cornetas.

- Esses monstros não descansam?! – gritou Kuni Fujiki – Como isso é possível?!?

O silencio do grupo demonstrava que todos queriam entender essa e muitas outras perguntas inexplicáveis no momento. Foi quando todos começaram a ouvir e sentir a marcha do exercito inimigo estremecer o chão, com passos firmes e coordenados, o que fez com que Yuo tomasse a palavra para si.

- Senhores, o momento esta chegando. Nós sabemos o que esta por vir, mas não podemos nos entregar e sim lutar, pela honra, pela glória, por nossas famílias que se encontram distantes daqui, mas no caminho dessa massa selvagem e sem escrúpulos que se aproxima e, claro, pelo nosso clã, que nos proporcionou essa épica batalha e mostraremos que nós somos tão fortes quanto aqueles que os esperam em nossas cidades, gerando terror em seus olhos ao verem nossos milhares de soldados reunidos, apenas esperando-os para a morte. – Ele respira profundamente – Não vamos decepcionar a todos! Nem nosso clã e nem nossos inimigos!

De alguma forma essas palavras inspiraram muitos membros do grupo, deixando-os revigorados e demonstrando vontade de levar quantos inimigos forem possíveis consigo.

As cornetas dos inimigos soavam assustadoramente em conjunto com os tambores, mas visivelmente aquilo não preocupava aqueles 32 homens, que estavam prestes a morrer e agora não fugiam mais e sim aguardavam o inimigo, com suas armas e vestimentas de guerra, como se aquele punhado de samurais fossem o maior exercito que vagou pelas terras de Rokugan.

Ao longe as tochas iam se aproximando, a marcha acelerada do inimigo chegava cada vez mais perto, começava a se ouvir os gritos e gemidos daqueles que se aproximavam. Não havia como descobrir quantos inimigos estavam ali, mas eles eram muitos, ao ponto de não se conseguir distinguir o fim da coluna monstruosa que se encontrava a frente deles. Os tambores param, as cornetas e a marcha também. Agora o silêncio da floresta impera. O som de animais volta a ser audível. A respiração de cada um dos 32 soldados é sentida e escutada pelo companheiro ao lado. Yuo olha para o lado e vê um homem de grande porte, talvez o maior dos presentes, com lágrimas nos olhos e as mãos tremulas, mas Yuo sabia quem ele era. 

Amigos de longa data, Hida Hiroshi era um dos mais destrutivos samurais que já houve na família Hida e hoje não seria diferente. Ele não tinha medo, não conhecia a dor e estava preparado para atropelar qualquer ser que cruzasse seu caminho naquela noite. O por que dele chorar vocês devem se perguntar? Ele sabia que aquela seria a maior e mais difícil batalha de sua vida e se para isso ele tivesse de morrer, morreria satisfeito.

- Venham malditos...levarei muitos de vocês comigo, enquanto tiver forças para ficar em pé matarei quantos cruzarem meu caminho... – resmungou Hiroshi, empunhando firmemente seu machado colossal – Yuo, eu espero que tenha tido a mesma satisfação que eu tive ao poder lutar ao seu lado por tantos e anos.

Yuo respondeu com apenas um sorriso.

A marcha recomeça, mas não é todo o exercito que se desloca e sim um pequeno pelotão, de uns 400 ou 500 homens. O céu estava límpido e a lua iria iluminar aquela noite até o ultimo samurai de Caranguejo que ali estivesse em pé.

Continua...


1 comentários:

  • Eric disse...

    Massa hein... No aguardo pelo resto da história! Será que vai acontecer algum ''milagre''?? Ou serão dizimados sem dó nem piedade?
    Até o momento muito bom...

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