Fragilidade...

29 de agosto de 2011 0 comentários



Abre-se o jornal e na capa só encontramos, desgraça, corrupção e futebol. dependendo do jornal ainda acompanhamos as novelas, que retratam a vida como ela é. Esse foi um dos motivos por parar de assistir televisão.

Mas como todo bom paranoico sempre abro a página policial do jornal mais "sangue no zóio" do Paraná, a Tribuna. Costumo mapear as zonas mais perigosas de Curitiba e região metropolitana para nunca comprar um imóvel pela região. Está certo que eles não conseguem noticiar tudo, mas os mais violentos estão bem registrados por lá.

E em uma dessas passadas, uma noticia me chamou a atenção. Era um garoto de 15 anos que havia sido baleado durante a madrugada. Abro a página e me deparo com uma foto das ruas onde joguei futebol por muitos anos, próximo a casa de meus pais. Lá estava eu matutando se eu poderia conhecer o garoto ou não, li o nome e me soava familiar.

Coincidência ou não acabei indo até a casa de meus pais fazer uma visita enquanto vagava pelas ruas de bicicleta e sem muito destino. Conversei, dei risada, zoei meu pai, fui zoado e, por aqueles breves minutos, esqueci do tal garoto, mas quando sai a rua, tudo veio a mente, como flash de algum trauma que tivemos.

Ao conversar com um amigo dos tempos de moleque vi que tinha razão, o garoto baleado era mesmo um pivete que vi crescer desde os 7 ou 8 anos.

Confesso que fiquei triste em saber isso e nesse momento você começa a ver o quão frágil anda a vida. Por qualquer besteira tem maluco arrancando uma arma e atirando. Ninguém pensa se você tem família, amigos ou alguma pessoa que irá chorar enquanto o assassino estará a solta contando vantagem para os "amigos".

Você não pode xingar no transito, não se pode mais xingar jogando futebol, na verdade, não se pode ter nenhum tipo de desavença, das mais bobas imagináveis, pois hoje, tudo é motivo para matar. A sede de sangue é tamanha que chegou ao ponto de um cara, não lembro onde foi isso, dizer que esfaqueou a mulher apenas porque estava com vontade de matar e ela teve o azar de passar na rua.

E o pior é ver uma pirralhada, tudo entre 12 e 16 anos, pegando em armas, usando drogas, matando, roubando e saindo para as ruas com 18 anos, isso quando ficam tanto tempo. Não é possível que ninguém veja uma coisa dessas e ainda acredite que o Estatuto da Criança e do Adolescente deve continuar da forma como está, de que a maioridade penal deve continuar sendo de 18 anos. Não é possível que vamos todos continuar assistindo a tudo isso sem fazer nada.

Agora, o mais engraçado, é que muitos que defendem essa garotada muda de opinião e de postura rapidinho quando algo acontece com algum familiar deles. A hipocrisia impera no país. É igual a politica, todos reclamam da corrupção até estarem lá e sentirem o doce sabor do dinheiro público em suas contas.

Infelizmente, o Brasil está cada vez mais refém de suas próprias leis.

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